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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Avaliação de História e Geografia


Avaliação de História e Geografia 1º bimestre  
Ano: 5º ano A
Professora: Regiani Pinafi Carvalho


Leia o texto a seguir para responder as questões.
Texto 1.









Os primeiros habitantes do Brasil
Diversos povos indígenas habitavam o Brasil muito tempo antes da chegada dos portugueses em 1500. Cada povo possuía sua própria cultura, religião e costumes. Viviam basicamente da caça, pesca e agricultura. Tinham um contato total com a natureza, pois dependiam dela para quase tudo. Os rios, árvores, animais, ervas e plantas eram de extrema importância para a vida destes índios. Por isso, os índios respeitavam muito a natureza.
Os índios viviam em tribos e tinham na figura do cacique o chefe político e administrativo. O pajé era o responsável pela transmissão da cultura e dos conhecimentos. Era o pajé  que também cuidava da parte religiosa e medicinal, através da cura com ervas, plantas e rituais religiosos.
 Faziam objetos artesanais com elementos da natureza: cerâmica, palha, cipó, madeira, dentes de animais e outros. A religião indígena era baseada na crença em espíritos de antepassados e forças da natureza.
Os índios faziam festas e cerimônias religiosas. Nestas ocasiões, realizavam danças, cantavam e pintavam os corpos em homenagem aos antepassados e aos espíritos da natureza.
Historiadores calculam que existiam de 3 a 4 milhões de índios no Brasil antes de 1500, espalhados pelos quatro cantos do país.
O contato dos índios brasileiros com os portugueses foi extremamente prejudicial para os primeiros. Os índios foram enganados, explorados, escravizados e, em muitos casos, massacrados pelos portugueses. Perderam terras e foram forçados a abandonarem sua cultura.
Embora muitas nações indígenas tenham enfrentado os portugueses através de guerras, ficaram desfavorecidos, pois não tinham armas de fogo como os portugueses.



Texto 2.








Os índios do Brasil na atualidade
  Muitas tribos, influenciadas pela cultura dos brancos, perderam muitos traços culturais. É muito comum encontrar em tribos indígenas atuais, índios falando em português, vestindo roupas e até usando equipamentos eletrônicos.
Ao entrarem em contato com os brancos, muitos índios, além de perderem aspectos culturais, contraem doenças e morrem. A contaminação de rios, principalmente por mercúrio vindo dos garimpos, também leva doenças para os índios através de seu principal alimento: o peixe.
Algumas tribos isoladas conseguiram ficar longe da influência branca e conseguiram manter  totalmente intacta sua cultura. Infelizmente, são poucas tribos nesta situação. A maior parte destas tribos está localizada na região da Amazônia.
Muitos povos indígenas tem se mantido graças à criação, nos últimos anos, de reservas indígenas. Nestas áreas, ficam longe da presença de pessoas que pretendem explorar riquezas da natureza.

1)      Responda:
a)      Qual é o assunto do texto 1?
R:________________________________________________________________________________________________________________

2)      Comente como viviam os povos indígenas no Brasil.
R:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



3)      De acordo com a leitura do texto1 escolha a alternativa correta.

a)      Os índios não respeitavam a natureza.
b)      Os portugueses foram os primeiros habitantes do Brasil.
c)      Diversos povos indígenas habitavam o Brasil muito tempo antes da chegada dos portugueses em 1500.
d)     Os índios não possuíam cultura.


4)      Escolha a alternativa incorreta.

a)      O pajé era o responsável pela transmissão da cultura e dos conhecimentos.

b)      Os rios, árvores, animais, ervas e plantas não eram de extrema importância para a vida destes índios.

c)      Os indígenas faziam objetos artesanais com elementos da natureza.

5)      De acordo com o texto 2 escreva V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas.

a)      (    )As tribos não perderam suas culturas mesmo influenciadas pela cultura dos brancos.

b)      (  ) É muito comum encontrar em tribos indígenas atuais, índios falando em português, vestindo roupas e até usando equipamentos eletrônicos.


c)      (  ) A contaminação de rios, principalmente por mercúrio vindo dos garimpos, não leva doenças para os índios através de seu principal alimento: o peixe.

d)     (   ) Algumas tribos isoladas conseguiram ficar longe da influência branca e conseguiram manter  totalmente intacta sua cultura.


1)      Leia estas informações:
O Brasil ocupa quase a metade da população de toda a América do Sul e possui limites com a maioria dos países sul-americanos. Os limites indicam os lugares onde termina o território de um país e começa outro.
Os limites do território brasileiro foram estabelecidos por meio de acordos com os países vizinhos. Esses limites são marcados por elementos naturais.
a)      De exemplos desses limites naturais.
R:______________________________________________________________________________________________________________________________________________


1)      Pinte de acordo com o que se pede:
a)      Pinte de azul os países que fazem limites com o Brasil.
b)      Pinte de verde o território brasileiro.
c)      Pinte de amarelo os países que não fazem limites com o Brasil.
Divisão política da América do Sul.



 






2)      Pinte de acordo com o que se pede:
a)      Pinte de verde o estado de Mato Grosso.
b)      Pinte de amarelo os estado que fazem limites com o estado de Mato Grosso.



Divisão política do Brasil.



 


                                
















 Avaliação de Matemática 1º bimestre 
Professora Regiani Pinafi Carvalho
5º ano A

Brasília, a capital federal do Brasil, foi inaugurada em 1 960.
1)      Responda:

a)      Esse número tem quantas ordens?
b)      Como fica a decomposição do número, de acordo com as ordens?
c)      Quantas classes esse número tem? Quais são elas?
d)     Como se escreve 1 960 por extenso?

2)      Considere o número que aparece nessa informação:
A medida da Terra é de 12 756 quilômetros.
a)      Indique a ordem e o valor posicional de cada algarismo:
b)      Faça a sua decomposição:
c)      Indique as classes desse número:
d)     Escreva como se lê esse número:

3)      Observe os dados da tabela ao lado e escreva o nome dos nove planetas de modo que seus diâmetros fiquem em ordem decrescente. Depois, responda: Que posição ocupa o planeta Terra nessa ordenação?

Planeta
Diâmetro (km)
Mercúrio
4 878
Vênus
12 103
Terra
12 756
Marte
6 786
Júpiter
142 984
Saturno
120 536
Urano
51 118
Netuno
49 528
Plutão
2 300
 

4)      Indique o número correspondente a cada item.
a)      900 + 30 + 8=
b)      Maior número natural par de 3 ordens=
c)      3 dezenas + 18 unidades=
d)     400 000 + 90 000 + 600 + 20 + 8=
e)      Antecessor de 9 550=
f)       Trezentos e setenta e oito mil, quatrocentos e seis=
g)      Sucessor de oitenta e três=
h)      A composição de: 6 unidades de milhar + 5 centenas + 4 dezenas + 2 unidades=

5)      Patrícia está brincando com fichas. Ela quer formar o maior e o menor número  possível com as fichas: 5 2 8 4 7 , sem repetir algarismos e usando todos eles. Que número ela deve formar?
6)      Complete com: maior que, menor que ou igual.
a)8 762 _____  8 672
b) 9 999_____ 10 000
c) 5 923_____ 05 923
d) 629 356____630 200
e) 420 000_____42 000
f) 3 008______20 001

7)      A velocidade da luz é de 299 792 quilômetros por segundo.
a)      Faça a decomposição desse número:
299 792= 2 centenas de milhar + ___ dezenas de milhar + ___unidades de milhar + ____ centenas + ___ dezenas + ____ unidades.

b)      Agora, faça a decomposição com algarismos:
299 792= 200 000 + ____________ + __________ + ___________ + ______ + ________

8)      Escreva como se lê:
a)      79 564=
b)      580 026=
c)      1331=


domingo, 29 de abril de 2012

A água no Brasil

O ciclo da Água 



A água desenvolve um ciclo. O chamado ciclo da água é o caminho que ela percorre. A chuva, basicamente, é o resultado da água que evapora dos lagos, rios e oceanos, formando as nuvens. Quando as nuvens estão carregadas, soltam a água na terra. Ela penetra o solo e vai alimentar as nascentes dos rios e os reservatórios subterrâneos. Se cai nos oceanos, mistura-se às águas salgadas e volta a evaporar, chove e cai na terra.



                      Ciclo da água


A água no Brasil 

O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água. Sua distribuição, porém, não é uniforme em todo o território nacional.

A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do mundo. O volume d'água do rio Amazonas é o maior do globo, sendo considerado um rio essencial para o planeta. Essa é, também, uma das regiões menos habitadas do Brasil.

Em contrapartida, as maiores concentrações populacionais do país encontram-se nas capitais, distantes dos grandes rios brasileiros, como o Amazonas, o São Francisco e o Paraná. E há ainda o Nordeste, onde a falta d'água por longos períodos tem contribuído para o abandono das terras e para a migração aos centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, agravando ainda mais o problema da escassez de água nessas cidades.

Além disso, os rios e lagos brasileiros vêm sendo comprometidos pela queda de qualidade da água disponível para captação e tratamento.

Na região amazônica e no Pantanal, por exemplo, rios como o Madeira, o Cuiabá e o Paraguai já apresentam contaminação pelo mercúrio, metal utilizado no garimpo clandestino. E nas grandes cidades esse comprometimento da qualidade é causado principalmente por despejos domésticos e industriais.

Se a bacia é ocupada por florestas nas condições naturais, essa água vai ter uma boa qualidade porque vai receber apenas folhas, alguns resíduos de decomposição de vegetais, uma condição perfeitamente natural.

Mas, se essa bacia começar a ser utilizada para a construção de casas, para implantação de indústrias, para plantações, então a água começará a receber outras substâncias além daquelas naturais, como, por exemplo o esgoto das casas e os resíduos tóxicos das indústrias e das substâncias químicas aplicadas nas plantações.

Isso vai contribuir para que a água vá piorando de qualidade. Por isso ela deve ser protegida na fonte, na bacia. Essa água, depois, vai ser submetida a um tratamento para ser usada pela população. Mas, mesmo a estação de tratamento tem suas limitações. Ela retira com facilidade os produtos de uma floresta, de uma condição natural.

Mas esgotos pioram muito, e a presença de substâncias tóxicas vai tornando esse tratamento cada vez mais caro. Acima de um certo limite, o tratamento nem mais é possível, porque existe uma limitação para a capacidade depuradora de uma estação de tratamento. Então, a água se torna totalmente imprestável.

Esses problemas atingem também os principais rios e represas das cidades brasileiras, onde hoje vivem 75% da população:

 Em Porto Alegre, o rio Guaíba está comprometido pelo lançamento de resíduos domésticos e industriais, além de sofrer as conseqüências do uso inadequado de agrotóxicos e fertilizantes.

 Brasília, além de enfrentar a escassez de água, tem problemas com a poluição do lago Paranoá.

 A ocupação urbana das áreas de mananciais do Alto Iguaçu compromete a qualidade das águas para abastecimento de Curitiba.

 O rio Paraíba do Sul, além de abastecer a região metropolitana do Rio de Janeiro, é manancial de outras importantes cidades de São Paulo e Minas Gerais, onde são graves os problemas devido à mineração de areia, ao garimpo, à erosão, aos desmatamentos e aos esgotos.

 Belo Horizonte já perdeu um manancial para abastecimento - a lagoa da Pampulha - que precisou ser substituído pelos rios Serra Azul e Manso, mais distantes do centro de consumo. Também no rio Doce, que atravessa os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a extração de ouro, o desmatamento e o mau uso do solo agrícola provocam prejuízos enormes à qualidade de suas águas.

 O Estado de São Paulo sofre com a escassez de água e com problemas decorrentes de poluição em diversas regiões: no Alto Tietê junto à região metropolitana; no rio Turvo; no rio Sorocaba, entre outros.

Em seu processo de crescimento, a cidade foi invadindo os mananciais que outrora eram isolados , estavam distantes da ocupação urbana. E também é muito importante frisar que toda ação que ocorre numa bacia hidrográfica vai afetar a qualidade da água desse manancial. Não é simplesmente a ação em torno do espelho d'água que faz com que você degrade mais ou menos.

Muito pelo contrário: pode ocorrer o surgimento de uma área industrial distante desse espelho d'água principal, mas com grande capacidade de poluição e, portanto, com possibilidade de degradar totalmente esse manancial.

 Os corpos d'água são entes vivos. Eles conseguem se recuperar, mas possuem um limite. Portanto, é muito importante que a população esteja consciente de que é preciso disciplinar todo tipo de uso e ocupação do solo das bacias hidrográficas, principalmente das bacias cujos cursos d'água formam os mananciais que abastecem a população.


A água e seu consumo
A proteção dos mananciais que ainda estão conservados e a recuperação daqueles que já estão prejudicados são modos de conservar a água que ainda temos. Mas isso apenas não basta. É preciso fazer muito mais para alcançarmos esse objetivo de modo que o uso se torne cada vez mais eficaz.

Mas, o que fazer? Qual o papel de cada cidadão? Cada um de nós deve usar a água com mais economia.

Na agricultura, por exemplo, o desperdício de água é muito grande. Apenas 40% da água desviada é efetivamente utilizada na irrigação. Os outros 60 por cento são desperdiçados, porque se aplica água em excesso, se aplica fora do período de necessidade da planta, em horários de maior evaporação do dia, pelo uso de técnicas de irrigação inadequadas ou, ainda, pela falta de manutenção nesses sistemas de irrigação.

Na indústria é possível desenvolver formas mais econômicas de utilização da água através da recirculação ou reuso, que significa usar a água mais do que uma vez. Por exemplo, na refrigeração de equipamentos, na limpeza das instalações etc. Essa água reciclada pode ser usada na produção primária de metal, nos curtumes, nas indústrias têxteis, químicas e de papel.

Nos sistemas de abastecimento de água uma quantidade significativa da água tratada - 15 % ou mais - é perdida devido a vazamentos nas canalizações, assim como dentro de nossas casas.

É fácil observar como a população colabora na conservação da água em cidades que têm problemas de abastecimento ou onde existe pouca água. Ou, ainda, onde a água é muito cara.

Nessas cidades, as pessoas costumam usar a mesma água para diferentes finalidades. Por exemplo, a água usada para lavar roupa é depois usada para lavar quintal.

As pessoas ainda mudam seus hábitos para usar a água na hora em que ela está disponível; evitam vazamentos; só regam jardins e plantas na parte da manhã ou no final da tarde; lavam seus carros apenas eventualmente; não lavam calçadas, apenas varrem; não instalam válvulas de descarga nos vasos sanitários e sim caixas de descarga, que são mais econômicas e produzem o mesmo resultado e conforto.

O crescente agravamento da falta de água tem levado as pessoas a estabelecer uma nova forma de pensar e agir, inclusive mudando seus hábitos, usos e costumes. Essa forma de pensar e agir visa o crescimento econômico respeitando a capacidade dos recursos do meio ambiente, sobretudo a água.

A conscientização e a educação do povo, do consumidor, são fundamentais.

Racionalizar o uso da água não significa ficar sem ela periodicamente. Significa usá-la sem desperdício, considerá-la uma prioridade social e ambiental, para que a água tratada, saudável, nunca falte em nossas torneiras.


                                 

Círculo de Leitura de "Reinações de Narizinho"

Círculo de Leitura de "Reinações de Narizinho"


Introdução
Compartilhar a leitura de uma obra, trocar impressões sobre seu enredo, construir significados comuns e defender pontos de vista divergentes são algumas das práticas que contribuem para a formação de uma comunidade de leitores. É também consenso entre os educadores que é tarefa fundamental da escola criar situações de contato frequente e sistemático com textos literários de qualidade, em especial as obras clássicas que constituem o acervo cultural da humanidade. Elas possibilitam, entre outras coisas, a formação do gosto, criam repertório, oferecem modelos estéticos e favorecem a construção de diferentes sentidos para a leitura. Por meio delas, as crianças podem construir, pouco a pouco, intimidade com a linguagem, apreciando não apenas o que o texto diz, mas também a forma como o faz, aproximando-se da palavra, criando suas próprias interpretações e dialogando com tempos e espaços próprios do universo literário.
E nada melhor do que construir essa intimidade com os livros e com a leitura com base na obra de um dos maiores autores da literatura infantil brasileira: Monteiro Lobato.

Embora sejam inúmeras as referências que atestam a qualidade dos seus textos, grande parte dos alunos conhece suas histórias apenas por meio das referências contidas em livros didáticos e outros materiais educativos, nos quais alguns trechos são citados ou ilustrações de personagens são apresentadas. Poucos são desafiados a ler suas aventuras completas e a experimentar a alegria e o encantamento causados pelo contato com o mundo maravilhoso do Sítio do Picapau Amarelo e seus personagens inesquecíveis.

Essa sequência de leitura pretende contribuir para a valorização da produção literária de Monteiro Lobato a partir de uma proposta de leitura de uma de suas obras mais conhecidas: Reinações de Narizinho. Espera-se que, por meio desse trabalho, as crianças possam compartilhar escolhas, leituras, escutas e comentários sobre os livros lidos, construindo seu próprio percurso leitor, utilizando, aos poucos, os conhecimentos que possuem para interpretar as obras lidas, imprimindo, cada vez mais significado às suas leituras.



Por que Reinações de Narizinho?

Reinações de Narizinho, lançado em 1931, é considerado o ponto de partida da literatura infantil produzida por Monteiro Lobato. Composto pela reunião de várias aventuras publicadas anteriormente de forma isolada, é nesse livro que "se firma o núcleo lobatiano - Dona Benta, Narizinho, Tia Nastácia, Emília, Rabicó, Pedrinho, Visconde de Sabugosa - e se estabelece o Sítio do Picapau Amarelo como espaço das histórias, a partir do qual as personagens partem para viver suas aventuras (BERTOLUCCI in LAJOLO e CECCATINI, 2010)." Nele, Narizinho, movida pelo desejo de viver experiências extraordinárias, transita entre o mundo real e sua imaginação com naturalidade, como se a fantasia pudesse fazer parte do cotidiano, sem necessariamente apoiar-se em explicações - comportamento facilmente observável na maior parte das crianças em idade escolar.

Por meio dessa obra, Lobato resgata parte do patrimônio cultural da humanidade, possibilitando o encontro do leitor com inúmeros personagens da ficção que invadem o Sítio, em um maravilhoso jogo de intertextualidade. Dona Carochinha, O Pequeno Polegar, Pinóquio, Gato Félix e Peter Pan são alguns deles. Enfrentar essa leitura é abrir inúmeras "janelas literárias", favorecendo a construção da autonomia, dos gostos próprios e do desejo de explorar novas obras.

Essa sequência propõe o trabalho com o texto completo, atualmente publicado em dois volumes pela editora Globo. Essa opção justifica-se pelo fato de que, na escola, poucos são os momentos nos quais os alunos lêem os clássicos em suas versões originais e, com isso, perdem a possibilidade de adentrar o universo da literatura em sua forma mais elaborada e conhecer livros mais complexos. Para isso, o desafio de enfrentar uma obra extensa como essa será dosado em momentos de leitura em voz alta feita pelo professor, leitura compartilhada em pequenos grupos e por meio da organização de círculos de leitura.

Dessa forma, pretende-se desenvolver a autonomia leitora, garantindo, inicialmente, momentos de leitura compartilhada e, progressivamente, a organização de situações nas quais os alunos possam também assumir a responsabilidade por suas aprendizagens, desvinculando-se, aos poucos, seu percurso do apoio e da mediação do professor.

A sequência está dividida em duas grandes etapas, as quais poderão ser subdivididas em aulas de acordo com o tempo destinado ao trabalho com leitura e o "fôlego"do grupo para realizar a leitura dos capítulos com autonomia.

Objetivos
- Realizar a leitura integral de um clássico da literatura infantil em sua versão original.
- Valorizar a leitura literária como experiência estética.
- Socializar escolhas, leituras, escutas, comentários e efeitos que as obras produzem nos leitores.
- Utilizar o conhecimento sobre o autor e sobre o mundo para interpretação mais ajustada do texto.

Conteúdo
Leitura.

Anos
Do 3º ao 5º ano.

Tempo estimado
3 meses.

Material necessário
Os dois volumes do livro Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato, Ed. Globo.

Desenvolvimento

1ª etapa: Leitura em voz alta feita pelo professor para os alunos

A primeira etapa da sequência consiste na leitura em voz alta, pelo professor, do primeiro volume da obra. O livro é organizado em 7 capítulos, os quais poderão ser lidos semanalmente, dependendo do tempo disponível para esse trabalho na rotina escolar.

Apresentação da proposta de leitura para os alunos
É fundamental que você apresente aos alunos os objetivos dessa leitura, justificando a escolha dessa obra e compartilhando seus motivos, estratégias e interesses relacionados ao autor e a outros livros de Monteiro Lobato, se os conhecer. No início do trabalho, informe como será organizada a proposta, a frequência com a qual os capítulos serão lidos e a previsão de término dessa primeira etapa do trabalho. Também esclareça para o grupo que, em um outro momento, os alunos farão sozinhos a leitura de alguns dos capítulos do segundo volume e conversarão sobre suas impressões com colegas que escolherem a mesma aventura, elaborando uma indicação que convide os demais para a leitura.

Comece apresentando a obra aos alunos e conversando com o grupo sobre os conhecimentos prévios que possuem acerca do autor e dos personagens que fazem parte do Sítio do Picapau Amarelo. É provável que as crianças possuam algumas referências e, portanto, devem ser incentivadas a apresentar as informações que possuem, indicando, se possível, de que forma as mesmas foram descobertas. Nas edições mais recentes de Reinações de Narizinho há um pequeno texto que informa brevemente sobre a vida do Monteiro Lobato e outro no qual o universo do Sítio é apresentado aos leitores. Se desejar, faça a leitura desses textos para a classe.

Preparação da leitura pelo professor
É fundamental que a leitura de cada um dos capítulos seja preparada anteriormente. Nos momentos em que lê para os alunos, você atua como modelo de leitor e, sendo mais experiente, compartilha suas práticas com o grupo, emprestando sua voz para a construção de sentidos do texto. Por isso, é imprescindível que você ensaie sua leitura, observando a entonação a ser empregada, o ritmo e as pausas que deseja fazer.

Antes da leitura, durante a leitura e depois da leitura
A cada capítulo, planeje também as intervenções que serão feitas, pensando em boas perguntas que possam alimentar a conversa apreciativa que as crianças farão após a leitura de cada capítulo, favorecendo a realização de inferências. É fundamental que as questões propostas não sigam os modelos dos chamados "questionários de interpretação de textos".

Comece essa conversa, como qualquer leitor real faria, comentando e justificando o trecho do qual mais gostou (porque lhe pareceu bem escrito ou interessante, por exemplo), uma expressão que julgou bem humorada, algum acontecimento que lhe pareceu inusitado etc. O objetivo é dar início a um diálogo sobre um texto compartilhado pelo grupo, para que os alunos possam começar a se ver, pouco a pouco, como leitores que comunicam suas impressões sobre as leituras que realizam.

No caso dessa obra, em cada uma das aventuras o autor apresenta um dos personagens do sítio que passa a integrar as reinações vividas por Narizinho. Por isso, é interessante que você ofereça espaço nos momentos iniciais de leitura para que os alunos retomem os episódios anteriores. Quais foram os personagens que surgiram? Como são? De que forma apareceram no texto? Ajude-os a estabelecer relações entre os episódios da narrativa e as relações de causa e efeito entre as ações dos personagens nas aventuras por eles vividas em cada um dos capítulos.

Ao final de cada leitura, compartilhe também seu comportamento leitor apresentando e levantando as antecipações sobre as leituras seguintes. Dessa forma, voocê estará gerando expectativas sobre os próximos acontecimentos, podendo questionar o grupo sobre as "pistas" oferecidas pelo autor para sugerir o que o leitor pode encontrar nas páginas que virão.

No caso dos momentos de conversa coletiva dessa obra, especificamente, além de poder evidenciar o conteúdo do texto, incentive os alunos a analisar a linguagem empregada pelo autor. A presença do humor, da ironia, o uso de expressões típicas da linguagem popular e o emprego de termos característicos da época em que a obra foi escrita são exemplos de recursos que podem ser ressaltados durante e após a leitura de cada capítulo.

Ao abrir espaço para que as crianças comuniquem suas opiniões, é preciso estar atento para o fato de que são muitas as leituras possíveis e que os alunos podem apresentar divergências em suas interpretações sobre o texto. Por isso, crie um ambiente propício para que as crianças possam manifestar-se e, principalmente, justificar suas impressões sempre apoiadas no texto ou em seus conhecimentos prévios, apresentando-as claramente para o grupo de forma que todos possam compreender os sentidos construídos a partir da leitura compartilhada.

2ª etapa: Trabalhando com os círculos de leitura

Segundo COLOMER (2007), "o gosto e o juízo de valor são inseparáveis da experiência da leitura logo que esta se inicia na infância e ocorrem sempre em relação a algum parâmetro comparativo. São aspectos que se formam através da prática." Para a especialista espanhola, "não se aprende apenas lendo ‘muito bem’ uns poucos textos, também é necessário ajudar as crianças a estabelecer relações entre muitas leituras."

Por isso, é fundamental criar situações nas quais elas tenham acesso à diversidade de textos e opiniões para que construam seu repertório e possam criar mecanismos de comparação entre diferentes leituras, compartilhando experiências leitoras significativas. Uma das formas de atender a esses objetivos é a proposta de trabalho com os círculos de leitura.

Informe que após a leitura compartilhada do primeiro volume de Reinações de Narizinho os alunos lerão as aventuras do segundo volume da obra em cinco pequenos grupos, conversarão sobre suas impressões acerca do capítulo e farão indicações sobre os textos lidos convidando os demais leitores a conhecê-los. Para isso, é necessário que todos os alunos tenham o livro e possam fazer a leitura do capítulo escolhido com antecedência.

Planeje previamente a formação dos grupos, optando por reunir as crianças de acordo com competências leitoras próximas. Cada grupo deverá ler uma aventura e cada aluno lerá apenas um dos capítulos do volume por vez.

Antes de iniciar o trabalho, compartilhe com o grupo a responsabilidade pela leitura das aventuras que compõem o segundo volume da obra, combinando qual o prazo necessário para realização da mesma. Se achar necessário, os alunos poderão dividir cada capítulo em duas partes, fazendo a leitura e discussão de um primeiro trecho em um momento e finalizando-a em outro.

Decida coletivamente se a leitura será realizada na escola ou em casa, conforme a disponibilidade da maioria e a rotina da sala de aula. Com os maiores pode-se, por exemplo, decidir que toda a leitura será feita em casa e marcar uma data para compartilhar em grupos. O importante é deixar claro o compromisso que todos deverão assumir em fazer a leitura do texto para, no momento oportuno, discutir com os colegas, trocar suas impressões e fazer indicações aos demais.

Para despertar o interesse e oferecer elementos que orientem a escolha das crianças, faça uma breve apresentação do enredo de cada uma das aventuras (Cara de coruja, O irmão de Pinóquio, O circo de cavalinhos, Pena de papagaio e O pó de pirlimpimpim). Convide os alunos a decidirem qual capítulo vão ler durante o período combinado.

Em seguida, explicite o que os alunos deverão observar ao longo do texto, pedindo que anotem sentimentos que a leitura despertou, relações que estabeleceram com outras histórias já conhecidas, características dos personagens, palavras que provocaram dúvidas e os significados que conseguiram atribuir com base no contexto, perguntas que vieram à mente, como imaginaram uma determinada cena etc. Oriente-os a registrar os trechos que acharam engraçados, os "truques" do autor para chamar a atenção do leitor, palavras e expressões interessantes etc.

No dia combinado, o grupo se reúne para trocar impressões sobre o capítulo ou trecho lido. Retome as orientações que foram dadas antes da leitura. Ajude os alunos a guiar a conversa apreciativa com base nas anotações que fizeram durante a leitura. Circule entre os grupos, verificando como estão se saindo nessa tarefa e ofereça ajuda, quando necessário. Também anote os comentários que lhe parecerem interessantes para compartilhá-los no momento da discussão geral.

No trabalho com os alunos maiores, aprofunde as questões relacionadas à intertextualidade oferecendo versões de alguns dos contos citados pelo autor para que os grupos possam estabelecer relações entre o texto original e as referências feita a eles por Lobato nos capítulos dessa obra. Os alunos poderão conversar sobre o modo como os personagens do conto aparecem no Sítio, as "brincadeiras" do autor para fazer referências às características de cada um deles, discutindo se o conhecimento das obras citadas favorece ou não a interpretação do capítulo lido.

Em seguida, amplie a discussão, solicitando que cada grupo conte algo interessante que foi compartilhado durante a conversa, propondo que reflitam também sobre o processo de conversar sobre a leitura, levantando os procedimentos que ajudaram a discussão e as dificuldades encontradas na realização da tarefa.

Esse momento de troca entre os grupos pode durar uma ou duas aulas, de acordo com a produtividade da discussão observada pelo professor. Depois dessa conversa, peça para que os alunos escrevam um pequeno texto, recomendando o capítulo lido para os demais colegas. É importante discutir sobre a realização dessa tarefa: os grupos não devem, por exemplo, revelar ou resumir toda a história, porque assim, poucos se interessariam em lê-la. Esclareça que é preciso garantir um certo mistério, algo no texto de recomendação que destaque o melhor da história, que envolva e convide à leitura, sem revelar muitos detalhes sobre o desenrolar do conto. A descrição de um personagem ou de um sentimento despertado pela leitura são exemplos de estratégias eficientes para "fisgar"o interesse do leitor.

É importante apresentar aos alunos alguns modelos de indicações literárias que podem ser encontradas em catálogos de editoras, em sites que promovem a leitura ou nas quartas capas dos livros, cuidando para selecionar apenas indicações de obras que sejam conhecidas por grande parte dos alunos. Faça a leitura desse material e discuta cada uma delas, destacando os trechos que despertam o desejo de ler.

Após esse contato, peça para que os alunos escrevam a indicação do capítulo que acabaram de ler e discutir. Oriente-os para que coloquem os dados bibliográficos do texto (nome da obra, capítulo, autor e editora).

Terminada a etapa de produção das indicações literárias, organize a sala em uma roda e peça a cada um dos grupos que leia a indicação que escreveu. Caso perceba que a orientação de não constar a história toda não foi cumprida, intervnha, retomando o que havia sido combinado anteriormente.

Depois que todos os grupos apresentarem suas indicações, os alunos escolhem, pautados nas recomendações, qual o capítulo que desejam ler em seguida. Se quiserem, os alunos de um mesmo grupo podem escolher capítulos diferentes e formar novas parcerias com outros colegas. Combine um novo prazo para a realização de uma nova rodada do círculo de leitura.

A proposta é que o trabalho tenha, no mínimo, duas rodadas para que cada criança tenha a oportunidade de explorar a leitura de mais de um capítulo e participar de encontros em que possa conversar em torno do literário, aprendendo a levar em conta o seu ponto de vista e dos demais colegas, refletindo sobre as questões trazidas pelo grupo e suas próprias ideias acerca do que foi lido até o momento.

Se possível, providencie cópias das indicações para que os alunos possam colá-las nos cadernos, organizando uma coletânea. Esse material também pode ser disposto em fichas e guardado em uma caixinha de indicações, às quais podem ser somadas outras recomendações escritas pelos alunos ao longo do trabalho com a leitura de outras obras realizada durante o ano.

Avaliação

Acompanhe as aprendizagens desenvolvidas pelas crianças nessa sequência observando se o aluno:
- mantém-se atento enquanto ouve a leitura realizada pelo professor e concentrado quando realiza suas leituras silenciosamente;
- acompanha a leitura em voz alta, retomando trechos lidos anteriormente, fazendo antecipações coerentes;
- relê (ou pede que o professor releia trechos), esforçando-se para compreender o que não compreendeu inicialmente;
- solicita ajuda do professor ou dos colegas para compreender melhor suas leituras;
- faz uso do contexto para compreender palavras ou expressões desconhecidas;
- participa das conversas apreciativas, citando passagens do texto e complementando as ideias apresentadas pelo grupo;
- identifica pistas para interpretação e avaliação dos textos literários que extrapolam os critérios de gosto pessoal;
- estabelece relações entre suas leituras e outros textos conhecidos e experiências vividas;
- elabora uma indicação literária coerente com a proposta;
- ao fazer a indicação, utiliza passagens interessantes do texto para ampliar o interesse do futuro leitor.





Livro que eu leio para os meus alunos


Quando comprei este livro, eu não tinha visto no site da revista Nova escola, sobre este círculo de leitura  de "Reinações de Narizinho". Eu estava no primeiro capítulo, quando pesquisando encontrei estas informações citadas contendo: Por que Reinações de Narizinho?, objetivo, tempo estimado, desenvolvimento das etapas e a avaliação. A partir dessas informações fiquei mais segura em relação a leitura, pois necessitava de objetivos claros para que desse certo o meu trabalho em sala de aula.
Está indo tudo muito bem! Como leciono de manhã, realizo as leituras a partir das 10h30minutos (leio por partes). A turma já se acostumou com a rotina, pois quando chega dez e trinta eles já perguntam se vai haver leitura.
Para completar esse trabalho eu passei para eu eles assistirem o vídeo dos primeiros capítulos desse livro, eles gostaram muito!      

                               Meus alunos assistindo os primeiros capítulos de "Reinações de Narizinho"